domingo, 17 de fevereiro de 2008

Inverno para os olhos - parte 1

Olá,

Voltei de viagem ontem depois de 27 horas num trem. Aproveitando as férias de inverno, que aqui na China se estendem de 15 de Janeiro até o final do festival de primavera (o ano novo Chinês) em 24 de Fevereiro, passei um mês viajando, 31 dias pra ser mais exato, pelo sudoeste do país. Vi muitos lugares interessantes, alguns espetaculares, como vou mostrar pra vocês em três postagens, sendo esta a primeira. Depois de concluir as três, vou publicar um post sobre minha viagem a Shanghai em Dezembro, que não rolou de colocar online antes.
Prestem muita atenção nas fotos, leiam as fotos (principalmente não fotógrafos), pois eu poderia escrever muito mais, mas não quero. As fotos mostram muito: prestem atenção.



Parte 1 - Chengdu a Litang (成都 - 理塘)

Comecei a viagem pegando um trem noturno daqui de Xi'an (西安) para Chengdu, a capital da província de Sichuan (四川), ao sul, 18 horas sobre os trilhos. Xi'an estava sendo coberta de neve nos últimos dias antes de que eu fosse embora, muito frio.
Chengdu é maior do que Xi'an, tem uns 12 milhões de habitantes, coisa que me surprendeu quando cheguei lá, esperava uma cidade menor. Demora-se a se acostumar com a quantidade de cidades grandes que a China tem, é impressionante: qualquer cidadezinha que eu nunca ouvi falar tem 2 ou 3 milhões. Cidades pequenas tem 600, 700 mil habitantes (o tamanho de Florianópolis, por exemplo).

Uma pessoa daqui da universidade viajou comigo, Lauren, uma americana da Califórnia, profesora de inglês. Não somos muito amigos, mas decidimos viajar juntos porque queríamos fazer mais ou menos o mesmo roteiro e concordávamos no jeito de viajar (barato e sem frescuras, com vontade de ver muita natureza). Ela estava em Beijing e pegou um avião pra me encontrar em Chengdu na segunda-feira 14 de janeiro. Íamos ficar na casa de uma mina do Couchsurfing project e fomos encontrar com ela no lugar onde trabalha, uma revista sobre a vida na cidade voltada pra extrangeiros (em inglês). Ela fazia um expediente que ia da hora do almoço até de madrugada, então nos deu a chave do seu apto (num lugar muito bom, perto do centro) e depois disso só encontrávamos ela nos bares e restaurantes em que fomos, porque ela nunca estava em casa. Em Chengdu mesmo não tem muita coisa pra ver, aliás, poucas cidades chinesas têm coisas interessantes pra fazer, geralmente tem uns templos, uns museus (quando tem) e chega. Pode-se dizer que se você viu uma, viu todas. Isso tirando Beijing, Shanghai e uma que outra mais. Então, a maior parte dos lugares que queríamos ir estava fora da cidade e pra isso precisávamos acordar cedo.
No primeiro dia por lá fomos ver um mosteiro muito famoso, que realmente valeu a pena, era muito bonito, com jardins enormes em volta do templo. Tinha que pagar pra entrar, mas era pouco.

Num dos jardins, cruzamos com dois caras esculpindo caracteres num bloco de pedra, provavelmente pra servir de decoração do próprio mosteiro. Eles levam dois dias pra cada bloco, e olha que é só uma linha.

Depois, de tarde, passamos num hostel pra pegar informações sobre passeios na região e acabamos ficando e trocando idéia com uma galera que estava hospedada lá. Eles nos aconselharam a ir ver os pandas numa reserva fora da cidade, tipo um zoológico, exclusiva para a manutenção dessa espécie animal, a maior reserva desse tipo do mundo, por acaso. Acabamos indo jantar com eles e depois fomos atrás de um barzinho com sinuca, coisa que não falta em Chengdu, uma cidade cheia de estrangeiros morando, com restaurantes ocidentais e vida noturna decente por consequencia. Fizemos alguma coisa quase que todas as 6 noites que dormimos por lá. Nesse dia, ainda, decidimos que, depois de sair da cidade, rumaríamos para oeste, subindo as montanhas e fazendo um caminho alternativo para Yunnan, a próxima província ao sul.

Dia seguinte fomos ver os ursos panda. Foi legal, dá pra ver o bichos bem de perto e parece que tudo que eles fazem é comer e descansar. Detalhe que eles comes sentados. Pegam um pedaço de bambu previamente cortado, lavado e generosamente oferecido a eles pelos funcionários do lugar e com a boca arrancam um bocado de folhas bem frescas dos galhos, pegam com a pata o punhado que apanharam com os dentes e começam a mastigar. Essa cena se repete algumas centenas de vezes. É legal ver como eles sentam. Eles não tem bunda, mas sentam como uma pessoa poderia se sentar no chão, com a diferença que se inclinam para trás e sua coluna vai dobrando como uma bola.




E esse é o panda vermelho. A mulher estava tirando a comida velha (bambu do dia anterior) do pátio deles mas parece que o bicho não tava curtindo muito e deu umas dentadas na perna dela que devem ter doído.


Os pandas e seus bambus ocuparam só a manhã desse dia. De tarde fomos ver se dávamos um rolê pelo bairro tibetano da cidade. É engraçado. Os tibetanos, pra quem não sabe, não são chineses, quer dizer, são cidadãos chineses, mas são outro povo, têm uma aparência física completamente diferente, são altos, de olhos maiores, de tez amorenada, falam outra língua e tem outra cultura. Esse bairro era tipo um tibettown. Foi interessante pra gente por que nunca tínhamos ido pro Tibete nem nada, então deu pra sentir um pouquinho do que nos esperava mais pra frente na viagem.



Quinta-feira de manhã fomos pegar um ônibus para uma montanha a uma hora da cidade. Qingchenghoushan (青城后山). Um dos pontos altos da viagem, sem trocadilhos. O lugar é muito lindo, estava todo nevado/nevando. O caminho todo está marcado com degraus e trilhas de cimento ou pedra, às vezes imitando madeira. Como era um dia qualquer durante a semana, estava completamente vazio, o que foi um tezão. Era uma caminhada para dois dias.


Passamos a noite numa pequena hospedaria numa vilazinha perto do topo. Estava um frio desgraçado! Eu acordava cada vez que alguma parte do meu corpo saía do limitado perímetro do cobertor elétrico embaixo de mim. Éramos os únicos turistas por ali e até que me saí bem com meu chinês. Essa menina que mal devia ter 2 anos ficava atirando neve no pai e no tio.

No segundo dia, terminamos de subir a montanha. No alto da montanha está um pequeno mosteiro budista.
Perto do topo, a trilha é escavada na pedra, uma parte super íngreme do caminho. Nessa parte, há centenas de figuras budistas colocadas dentro de pequenas aberturas da pedra, não sei se naturais ou esculpidas.

Bem perto do templo tem uma abertura vertical bem grande forrada de pequenos budas por dentro, por onde se sobe algumas escadas de madeira até chegar nas escadarias que levam ao templo.


O templo em si é igual a todos os outros, com a diferença do lugar onde ele está, que inspira qualquer coisa zen.



Na descida de volta passei mal bocados com os degraus cheios de neve que não queriam muito conversar com as minhas botas. Levei um tombo e teria levado mais se duas moças chinesas que estavam descendo também não tivessem me dado uma mão. Elas estavam de sapatos normais, de andar na cidade...

Lauren.

De volta à cidade, decidimos passar as duas últimas noites num hostel, pois no apartamento da Jane, a americana que estava nos hospedando, estávamos dormindo no sofá ou no chão, um tanto quanto desconfortável e frio. Procuramos um hostel que dizia ter aquecimento e ducha quente 24 horas. A calefação do quarto que alugamos não funcionava direito e o banho não foi lá dos mais quentes. Paciência. Fomos encontrar Marta, uma italiana amiga de uma professora da universidade, no bar/restaurante/balada em que trabalha fazendo pizza uma vez por semana. Voltamos de madrugada. No sábado acabamos acordando tarde e fomos até Leshan, uma cidade próxima dali onde está o maior Buda sentado do mundo, ou coisa assim. Parece que o maior mesmo ficava no Afeganistão, mas o taleban explodiu (lembram?).
Esse tem uns 60 metros de altura e foi esculpido numa montanha à beira do rio há muitos anos, sei lá quantos, muitos.


Dentro do parque onde ele está, chega-se por um caminho por trás até a altura da cabeça e depois desce-se por essa escada estreita e tortuosa esculpida na pedra.

Não tivemos muito tempo pra ficar lá, tivemos que voltar pra Chengdu, nosso ônibus de volta saía às 6:30 e tínhamos combinado de jantar com Marta, já que era a nossa última noite na cidade.
É ela aí na foto, com o namorado argentino que morou na Itália e outros dois italianos. Depois de jantar fomos no bar tomar uma breja e jogar uma sinuca.

Domingo, fomos embora, para cima. Compramos uma passagem para Litang na rodoviária e achamos muito estranho quando nos puseram num ônibus minúsculo, que tinha outro destino escrito na placa e saiu mais cedo do que dizia o boleto. Saíamos da cidade e a neve começou a cair por lá. Subindo uma serra, demos com uma nevasca e paramos pra colocar correntes nas rodas. Foi bizarro, porque logo depois entramos num túnel e quando saímos não tinha um floco de neve sequer. Mais uma parada pra tirar as correntes...

Uma coisa que não sabíamos, que ninguém tinha falado pra gente porque é o óbvio ululante aqui na China, é que se você não pega um ônibus especial para dormir, com camas e tal, a viagem é interrompida e você tem que dormir na cidade onde o ônibus para e voltar no dia seguinte às seis horas da matina (num frio desgraçado, no caso) pra seguir até o destino final.
Paramos numa cidadezinha chamada Kangding (康定) e fomos atrás de uma hospedaria. Estávamos com o LonelyPlanet (famoso guia de viagens) a tira-colo, então não tivemos problema. Fazia frio, muito, mas sem neve.

Na manhã seguinte começou a subida de verdade e entendi porque o ônibus era tão pequeno: a estrada de asfalto logo se desmanchou em terra e pedra e fazendo curvas cada vez mais apertadas nas encostas das montanhas. O nascer do sol, uma hora depois de sair de Kangding, foi espetacular. A paisagem das montanhas do Tibete foi se abrindo pela primeira vez para mim, saindo das sombras de uma noite já sem lua para baixo de um céu azul profundo e um sol que raspava no topo dos morros num dourado exagerado. Desculpem a poesia, é que foi mais bonito do que isso.



Litang. (理塘)

Litang é provavelmente uma das cidades mais lindas que eu já vi na vida. Imaginem um vale entre montanhas nevadas a 4000 metros de altitude, uma comunidade de mais ou menos 10 mil tibetanos, todos muito amigáveis. As casas são todas cheias de cores e o pano de fundo era sempre esse céu e essas montanhas.



Achamos um lugar para ficar, demos uma volta e fomos dormir. Depois que escurecia, de tão seco que estava o ar, a temperatura caía muito. Não há cafés ou coisa do gênero por lá, então não tinha outro remédio que se trancar no quarto e se enfiar na cama, que era a única coisa aquecida.
No dia seguinte fomos visitar o mosteiro budista da cidade, famoso por ter sido berço de dois lamas no passado. O ar muito rarefeito faz qualquer lance de escadas parecer uma montanha, não é fácil sair andando por aí. Levamos uma hora pra chegar lá e olha que era perto.



Não tem muito que falar. Foi inacreditável. Não tinha neguinho cobrando entrada nem gente tentando vender mapa nem nada. Um lugar muito autêntico. E lindo. Entramos num templo a esmo e ficamos vendo no andar de baixo um monte de monges rezando em uníssono. Demos umas duas horas de rolê pelos templos e pelas construções onde ficam os quartos dos monges.

Já indo embora, paramos neste pátio porque tinha um bando de jovens monges dançando ao som de uns tambores e pratos de metal. Ventava sem parar e esses panos enormes na entrada do templo balançavam pra cima e pra baixo, querendo levantar vôo.

Foi o único lugar que fomos visitar mesmo. O resto dos dois outros dias lá, ficamos só passeando e tirando fotos. As pessoas da cidade todas muito curiosas e simpáticas, pouquíssimas falavam mandarim e eu só aprendi a falar "oi" em tibetano. Dassidelê! Assim mesmo, consegui fazer muitos retratos, em geral eles não se intimidavam com a câmera.





Não dava pra tomar banho, não tinha água corrente. Tudo congelado nos canos.







Figura. Esse moleque era um dos monges dançando na outra foto que por acaso eu encontrei num pequeno restaurante onde fui almoçar.


Outro figura, o dono do restaurante logo ao lado da hospedaria. Mr. Zheng, um chinês que sabe falar um pouco de inglês por causa dos muitos clientes estrangeiros que passam para comer sua comida, geralmente no verão. Ele sabia fazer vários pratos ocidentais. Tomamos nosso último café da manhã com ele.

Na quarta-feira, dia 23, fomos pra rodoviária (um pátio com um pequeno guichê) e descobrimos que não podíamos comprar passagem para a próxima cidade porque o ônibus não saia de lá, ele só passa por lá e precisávamos esperar ele chegar pra ver se tinha assento livre. Mais de uma hora esperando e resulta que o bendito chega e não tem lugar. Detalhe: é só um ônibus por dia... Tivemos que gastar mais de 3 vezes o valor da passagem pra pagar um taxi que levasse a gente até Xiangcheng (乡城), onde iríamos pegar o ônibus para Shangrila no dia seguinte de manhã cedo.





Cenas do próximo capítulo ainda esta semana: neve, medo, novos amigos.


Beijos,
Comentem, por favor!

10 comentários:

Anônimo disse...

Zé, mais uma vez, tiro o chapeu, to contigo e nao abro....

Nao sei nem muito o que escrever senao obrigado. muito obrigado pela paciencia, pela disciplina e pela dedicaçao a este blog-salada-de-frutas que sempre me leva em viagens poéticas, profundas, pelo deserto das relacoes humanas, pelas nascentes de rios de história, pelas flores de uma natureza distante, impensavel, intocavel, intangível até entao, para o coração de um ocidental.

Admiro a beleza expressa nos textos e nas fotos. mas acredito que, muitas vezes, esta beleza vem de trás da lente. vem de um olhar paciente, generoso, que nao tenta sequestrar um instantaneo que nao se ofereça. Uma camera que só aponta na direcao da liberdade, do respeito. É em nítido foco que percebemos a tua admiracao pela arquitetura da cultura local. Nos retratos, sentimos a felicidade recíproca do fotógrafo e do fotografado; como se uma relacao humana ja estivesse se desenvolvendo ali, talvez durante a foto mas com certeza antes e depois... uma cumplicidade rara entre o estrangeiro viajante e o habitante local curioso.

Sei la, ainda estou extasiado, preciso reler os textos mais algumas vezes e olhar para as fotos por mais algumas horas. Estou Ansioso pelo full-screen, pela impressao, pela alta definicao, mas estou já satisfeito por ter a oportunidade de fazer esta viagem com vc.

Take your time, Keep up the good work, Muito Obrigado.

Unknown disse...

Bom, eu ia fazer um comentario neh...
Mas o Sr. Borger falou exatamente o q eu pensava em dizer, mas nao saberia como.
De fato eh uma delicia acordar na ressaca de um domingo nublado e entrar nesse mundo fantastico q vc compartilha com agente. Nao sei se p nos q te conhecemos a coisa fica mais intensa mas me pergunto onde isso vai dar. Afinal eh uma coisa pessoal e ao mesmo tempo de uma magnitude profissa! Claro que teremos depois uma exposicao com montagem, a altura da dedicacao (ou apenas prazer mesmo) deste blog, by Academia Projetos, ltd. han?!
Grande abraco!

Dina na China disse...

muito legal.
gostei de ver as costas da Lauren. Ela parece que não foi sua amiga mesma. Gosto de ver os sorrisos das caras do povo oprimido ser mais escancarado que do opressor. Pra vc ver que ser feliz é ao menos curioso!! Me lembra dos nossos pobres daqui, que vivem uma vida milagrosa de ser vivida e são mais felizes e generosos que os ricos e os de classe média!!. Vc me faz lembrar a frase do nosso poeta- Viajar é preciso...........

Anônimo disse...

Quanta inspiracao, quanta historia q compartilhamos contigo meu querido. A tua aventura é tb a nossa, a cada frase, a cada bela foto! Obrigada, obrigada. Muitas galerias portenhas irao brigar por te dar o espaco e o privilegio de verem nas suas paredes teus clicks e relatos...tenho certeza disso.
Mal posso esperar o 2do capitulo Parabens pelos teus 6 messes de "A viagem" que hj se completam.
Beijos, te amo, te extraño
Mami

Unknown disse...

Eu estou pasma, mais uma vez...
você pediu comentários mas acho que não sou a única a se sentir sem palavras.

Não tenho parâmetros para imaginar como está sendo sua vivência nessa viajem!! As fotos, as palavras.... preciso de algumas horas olhando para assimilar (como disse o Alan)...

A Unica coisa que eu tenho estrutura pra dizer é que vc deve aproveitar! mas isso é obvio q vc sabe melhor do que eu possa expressar.......

Já sou frequentadora desse blog
A vontade é contemplar compulsivamente, TUDO!!!

Anônimo disse...

Caramba, Diego.
Arrasou.

Tudo o que você está vivendo aí é incrível, coisa pra livro e relatos de tataranetos.

Seus retratos são super bonitos. Eu sei como é difícil fotografar pessoas assim, de uma maneira tão direta, e você pega olhares que parecem ser tão sinceros de pessoas que você pouco conhece. É uma arte isso.

Parabéns!

Unknown disse...

bom, não quero ser repetiva na sua exelencia, então só digo uma coisa: eu quero um tibetano p mim! amei todos eles, são lindos demais!

MAÌRA DVOREK disse...

As imagens estão lindas. Algumas "pedem" o PB. Já pensou nisso?
Quanto aos escritos...bom, vc está escrevendo praticamente um livro,né? hehehe beijos brasilis, Má

bd disse...

Diego,

Tinha escrito uma mensagem enorme mas sumiu...

Aqui vai o resumo:

O Alan acaba de sair do meu apto e me mostrou seu blog chinês.

Fiquei babando nas fotos e me lembrando muito dos 18 mêses que eu passei viajando pelo mundo quando tinha 19-20 anos.

Minha viagem mudou minha em várias formas cruciais. Tenho a certeza de que esta também vai tem tranformar muito.

Aproveita cada segundo de tudo. Tira milhões de fotos - faça um puta livro sobre a China no seu retorno ao BR!

A sua geração tem a grande sorte de ter a internet na mão, poste e blogue para que nós possamos acompanhar tua jornada em terras tão exóticas e intensas.

Se precisar de algo liga e manda um mail.

Vai pela sombra e fique no Sol!!

Peace -


Béco

Unknown disse...

Carai que tripe, cada puta paisagem insana, muito loco mesmo!
Diegones, d´hora!
Até a volta mano!